Pandemia, o Juízo e a Graça de Deus.

Associar o juízo de Deus à pandemia satisfaz as mentes curiosas, mas não faz justiça ao quadro completo, e complexo, das escrituras. A Bíblia traduz a história da salvação, e não um manual de explicação dos desastres. A mensagem da igreja é sobre o Deus que transtorna, ou desorganiza, as condições trágicas, porque é chegada a salvação. 

Salvação e o juízo precisam ser entendidos a partir do sacrifício de cruz, e só a partir dele pode-se ter, também, uma compreensão correta sobre Deus. Não se trata de omitir o juízo na proclamação do evangelho pleno, mas de fazê-lo convergir a Cristo e à cruz, ou seja, subordiná-lo à grandiosidade da graça de Deus e de sua misericórdia. A riqueza do evangelho encontra-se no anúncio das “coisas boas”, como nos lembra o apóstolo Paulo:

Mas como chamarão por ele aqueles que ainda não crêem nele? E como hão-de crer nele se nunca ouviram falar dele? E como ouvirão a seu respeito se ninguém lhes falar dele? E como irá alguém para lhes falar se não for enviado? É disso que falam as Escrituras quando dizem: Como são belos os pés daqueles que anunciam boas novas.” (Rm 10.14-15)

O que podemos enfatizar, valorizar – e temos toda confiança em afirmar – é que Deus enviou a Vida, não a morte, e deseja que todos se salvem. Ele vence o mal e transforma campos de tragédias em campos de paz. Faz todo sentido anunciar a soberania de Deus, pois ela faz brotar o bem a partir das tragédias, guerras, pestes e mortes. Estas últimas são próprias da condição humana e só uma vontade sobrenatural e suprema pode vencê-las.

Não cabe à igreja de Cristo o papel do meirinho (funcionário da justiça) a serviço do cumprimento de uma ordem de prisão, ou de exílio. A oportunidade atual da igreja é semelhante à de um embaixador, que anuncia aos refugiados a vinda de um avião, ou navio de resgate.

A visão correta da soberania de Deus faz a igreja do SENHOR enxergar que o criador dos céus e da terra manda também a salvação, utiliza seu poder para resgatar, para criar oportunidades de êxodo. Pragas, pestes, guerras são da condição humana.

A visão extraordinariamente linda do profeta Isaías sobre a soberania de Deus é o incentivo para a igreja agir, enfrentando o medo e a paralisia:

Por que dizer-te então, ó Jacó, por que repetir, ó Israel: Escapa meu destino ao Senhor, passa meu direito despercebido a meu Deus?
Não o sabes? Não o aprendeste? O Senhor é um Deus eterno. Ele cria os confins da terra, sem jamais fatigar-se nem aborrecer-se; ninguém pode sondar sua sabedoria.
Dá forças ao homem acabrunhado, redobra o vigor do fraco.
Até os adolescentes podem esgotar-se, e jovens robustos podem cambalear,
mas aqueles que contam com o Senhor renovam suas forças; ele dá-lhes asas de águia. Correm sem se cansar, vão para a frente sem se fatigar
.” (Is 40.27-31)

A situação atual pode sugerir, para alguns, os temas da ira e do juízo, mas a questão mais importante do momento é o valor da vida. E esta abordagem não atenta para isto. O que vai, de fato, recomendar o evangelho ao mundo são os sinais da graça, os gestos a favor da vida, a solidariedade, o amor que se entrega e a chegada do resgate quando tudo parecia desesperança e impotência.

Adaptado de Ultimato.

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