O ciúmes, sua origem e prevenção.

  Falar sobre o “Ciúme”, num contexto bíblico pode parecer complexo, pois este sentimento que, conforme dicionário significa: “estado emocional que envolve um sentimento penoso de exclusividade”. O ciúme está intimamente ligado à inveja no momento que produz desgosto ou tormento a um indivíduo, por ele não possuir algo que pertence à outra pessoa.

Aristóteles definia ciúmes como o desejo de ter o que outra pessoa possui. Outro significado de ciúme nos informa do cuidado e zelo de Deus, que em sua infinita misericórdia, Ele têm, sim, ciúmes no sentido de castigar, mas, de forma diferente ao homem, é um castigo provocado por ciúmes que levam ao zelo, ao ciúme de forma corretiva a fim de preservar e cuidar daquilo que é Seu, porque Ele tem e demonstra misericórdia a Seu povo em Seu infinito amor. (Tg.4.5)

O Ciúme pode sim ser perigoso, na igreja, nos relacionamentos afetivos e até profissionais.

Pois o ciúme é sempre seguido de contenda: Quando nos magoamos por causa daquilo que outros conquistaram, quer financeiramente, quer na reputação, nos tornamos arrogantes contra o nosso irmão (Tiago 3:14). O ciúme dos coríntios para com os pregadores gerou contenda e divisão (1 Coríntios 3:3-4). Os irmãos ciumentos estão associados com a contenda, com a ira, com as disputas, as maledicências, a difamação, a arrogância e as perturbações (2 Coríntios 12:20). O ciúme e a inveja levaram os irmãos de José a querê-lo morto (Gn. 37.11); geraram a rebelião de Coré que, além de levita, desejava o sacerdócio (Nm.16.10); levaram Caim a matar Abel, ocasionada pelo sentimento de ciúme que Caim tinha de Abel em relação a Deus; o Sinédrio a matar Jesus e aprisionar os apóstolos.

Muito embora às vezes pareça inofensivo, o ciúme traz grandes prejuízos aos relacionamentos.

Principalmente aos casais, aos pais e filhos, entre amigos, que por amar demais acabam sufocando a outra pessoa com desconfianças e atitudes possessivas. Esse tipo de comportamento não deve estar associado à vida dos cristãos. 

Nós sabemos que o Senhor cuida daquele que amamos e que o verdadeiro amor exige confiança. Não podemos amar alguém e não confiar nela, pois amar exige confiança, da mesma forma que não devemos tratar as pessoas como nossa propriedade temos o dever de cuidar, mas não de aprisionar. 

“O amor Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal”. I Cor. 13:5.

Você se imagina guiando sua vida a partir da vida do outro, por mero ciúme?

Salomão reconheceu a inutilidade desse pecado quando disse: “Então vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo” (Ecl. 4:4). Tentar “seguir o padrão de vida do vizinho, do colega de trabalho, do companheiro de fé” é um pecado que não somente nos impedirá de ir para o céu, mas também mesmo nesta vida nos tirará a satisfação, realização, gozo, alegria. (Filipenses 4:12-13).

Por fim como podemos se prevenir contra o ciúme?

“Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Romanos 12:15-16). “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo” 1 Pe. 3:8-9

Logo podemos compreender que a prevenção ao ciúmes é a prática do amor e a promoção da paz. “Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz” (Tiago 3:18). Todos procuramos ceifar uma colheita resultante da boa vida, mas as sementes que produzem essa colheita jamais podem brotar numa atmosfera que não seja aquela com os relacionamentos corretos e tratados pelo Espirito Santo.

Que Deus nos oriente, na fé!

Injustiça, perseguição ou consequências?!

O sentimento de injustiça ocorre por diversas razões. Seja porque o chefe não reconhece o seu trabalho, em decorrência daquela demissão sumária, por alguém não lhe dar o merecido valor ou quando foi apanhado por uma daquelas surpresas desagradáveis da vida. Isso só para citar alguns exemplos.

Tu não és um Deus
que tenha prazer na injustiça;
contigo o mal não pode habitar.
Salmos 5:4

A perseguição por sua vez se da pela ação ou efeito de perseguir, ou pela falta de tolerância dirigida a determinado grupo social, organização, coletividade,  perseguição política. Ação ou comportamento da pessoa que age na intenção de perseguir, prejudicar ou coibir algo ou alguém.
Quantas não são as vezes que este sentimento surge em nosso coração. Não é mesmo? Pois Deus promete que:
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Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.
Mateus 5:11 | 

Já consequência, é resultado, o efeito, a sequela, por conseguinte, em sequência, em seguimento, à vista disso, graças, devido, por causa.

Então!!

Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear isso também colherá.
Gálatas 6:7

Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento". Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o grego; mas glória, honra e paz para todo o que pratica o bem: primeiro para o judeu, depois para o grego. Pois em Deus não há parcialidade.
Romanos 2:6-11

E agora o que está acontecendo comigo é injustiça, perseguição ou consequências?!

É bom saber distinguir!!


 

O SONHO DE MARTIN LUTHER KING E DE TODOS OS CRISTÃOS .

Em 1963, Martin Luther King, pastor batista e ativista pelos direitos dos negros e das mulheres, realizou seu famoso discurso pela luta contra a discriminação e segregação racial, “I have a dream”, na Marcha de Washington pelo Trabalho e a Liberdade. Mais de cem anos após a abolição da escravidão, mesmo com uma Constituição que garantia o direito de igual­dade entre todos os americanos, os Estados Unidos ainda viviam e alimentavam um sistema racista.
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Luther King tinha um sonho de justiça racial e liberdade para seu país. Porém, mais do que leis que garantissem tal justiça, o pastor batista sonhava com a verdadeira fraternidade entre brancos e negros. A fraternidade que resulta do sangue de Cristo, “Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um” (Ef 2.14 ARA), a fraternidade que abole toda inimizade.
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King sonhava com a promessa de que, um dia, todo vale seria exaltado e toda colina e montanha seria derrubada, os lugares tortuosos seriam endireitados e, então, a Glória do Senhor se manifestaria a toda carne (Is 40.4). Ele chamava negros e brancos a não viverem somente em harmonia como cidadãos americanos. Convocava os americanos a viverem o arrependimento de seus pecados, a aliança do Senhor pelo sangue de Cristo e a comunhão dos santos.
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Os cristãos são chamados ainda hoje a viver esse sonho, essa esperança. De uma fraternidade plena em Cristo, do arrependimento de homens e mulheres, da justiça, do fim de toda e qualquer desigualdade e, também, do racismo, onde quer que ele se manifeste. Assim como o apóstolo Paulo en­corajou aos irmãos da Galácia, que nós “…não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gl 6.9).
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“Com esta fé [em Cristo] nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade.”
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Por @nathashalb.

De Ultimato
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#BlackLivesMatter #vidasnegrasimportam

Pandemia, o Juízo e a Graça de Deus.

Associar o juízo de Deus à pandemia satisfaz as mentes curiosas, mas não faz justiça ao quadro completo, e complexo, das escrituras. A Bíblia traduz a história da salvação, e não um manual de explicação dos desastres. A mensagem da igreja é sobre o Deus que transtorna, ou desorganiza, as condições trágicas, porque é chegada a salvação. 

Salvação e o juízo precisam ser entendidos a partir do sacrifício de cruz, e só a partir dele pode-se ter, também, uma compreensão correta sobre Deus. Não se trata de omitir o juízo na proclamação do evangelho pleno, mas de fazê-lo convergir a Cristo e à cruz, ou seja, subordiná-lo à grandiosidade da graça de Deus e de sua misericórdia. A riqueza do evangelho encontra-se no anúncio das “coisas boas”, como nos lembra o apóstolo Paulo:

Mas como chamarão por ele aqueles que ainda não crêem nele? E como hão-de crer nele se nunca ouviram falar dele? E como ouvirão a seu respeito se ninguém lhes falar dele? E como irá alguém para lhes falar se não for enviado? É disso que falam as Escrituras quando dizem: Como são belos os pés daqueles que anunciam boas novas.” (Rm 10.14-15)

O que podemos enfatizar, valorizar – e temos toda confiança em afirmar – é que Deus enviou a Vida, não a morte, e deseja que todos se salvem. Ele vence o mal e transforma campos de tragédias em campos de paz. Faz todo sentido anunciar a soberania de Deus, pois ela faz brotar o bem a partir das tragédias, guerras, pestes e mortes. Estas últimas são próprias da condição humana e só uma vontade sobrenatural e suprema pode vencê-las.

Não cabe à igreja de Cristo o papel do meirinho (funcionário da justiça) a serviço do cumprimento de uma ordem de prisão, ou de exílio. A oportunidade atual da igreja é semelhante à de um embaixador, que anuncia aos refugiados a vinda de um avião, ou navio de resgate.

A visão correta da soberania de Deus faz a igreja do SENHOR enxergar que o criador dos céus e da terra manda também a salvação, utiliza seu poder para resgatar, para criar oportunidades de êxodo. Pragas, pestes, guerras são da condição humana.

A visão extraordinariamente linda do profeta Isaías sobre a soberania de Deus é o incentivo para a igreja agir, enfrentando o medo e a paralisia:

Por que dizer-te então, ó Jacó, por que repetir, ó Israel: Escapa meu destino ao Senhor, passa meu direito despercebido a meu Deus?
Não o sabes? Não o aprendeste? O Senhor é um Deus eterno. Ele cria os confins da terra, sem jamais fatigar-se nem aborrecer-se; ninguém pode sondar sua sabedoria.
Dá forças ao homem acabrunhado, redobra o vigor do fraco.
Até os adolescentes podem esgotar-se, e jovens robustos podem cambalear,
mas aqueles que contam com o Senhor renovam suas forças; ele dá-lhes asas de águia. Correm sem se cansar, vão para a frente sem se fatigar
.” (Is 40.27-31)

A situação atual pode sugerir, para alguns, os temas da ira e do juízo, mas a questão mais importante do momento é o valor da vida. E esta abordagem não atenta para isto. O que vai, de fato, recomendar o evangelho ao mundo são os sinais da graça, os gestos a favor da vida, a solidariedade, o amor que se entrega e a chegada do resgate quando tudo parecia desesperança e impotência.

Adaptado de Ultimato.
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