Os livros das Cronicas - Série Curiosidades Bíblicas

REVISÃO DA HISTÓRIA DO POVO

1º e 2º Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada em 1º nem em 2ª Cronicas, muitos optaram por se referir a esse autor desconhecido simplesmente como “o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 cronicas (2Cr 36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1ºCr, mas pode ser também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estilo, vocabulário e conteúdo similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável assumir que “ o cronista” tenha sido Esdras.

Os dois livros de cronicas ocupam o último lugar na Bíblia hebraica, o que é indicticio de sua origem relativamente recente. Quando o autor escreveu os livros das Crônicas, já existia a grande história, formada pelos livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis. Bastaria acrescentar alguns capítulos sobre a volta do exílio e a vida da comunidade até o início do séc. IV a.C. O autor, porém, tinha sérios motivos para apresentar outra versão de toda a história do seu povo (cf. «A história desde Adão até a fundação do judaísmo - post anterior»).

À primeira vista, sua história parece repetição de narrações já existentes. A leitura atenta, porém, perceberá muitas diferenças, devidas à exclusão de materiais, ao acréscimo de outros e, muitas vezes, manipulações sutis dos relatos. O que o autor pretende é reconsiderar o passado, a partir da situação da comunidade judaica do seu tempo. Assim, a personagem principal dessa história é o Templo de Jerusalém moradia autêntica do Deus de Israel no meio de seu povo e portanto o único lugar de culto legitimo ao senhor, ao passo que os reis do Norte patrocinavam um culto ao mesmo Deus , mas em santuários que o cronista considera ilegítimos. Nas figuras dos sacerdotes e levitas que no templo exercem suas funções; os sacerdotes com o culto e os levitas com a transmissão das legítimas tradições do povo. É fácil perceber que toda a história precedente atinge seu ápice no Templo e que dele dependem todas as reformas político-religiosas posteriores; os reis são julgados a partir de suas relações com o Templo e o culto ao Deus de Israel. Além disso, toda a história do reino do Norte é omitida, pois no tempo do autor os samaritanos eram inimigos acirrados da organização da comunidade judaica centrada em Jerusalém.

Ponto importante é a atenção especial que se reserva aos levitas, nas listas genealógicas e na narrativa propriamente dita. Os levitas pontilham essa história com sua presença, palavra e ideologia. É a maneira que o autor, certamente um levita, encontra para recuperar as tradições das tribos do Norte, que haviam mais bem conservado os ideais democráticos e igualitários. Como os levitas eram muito ligados aos círculos proféticos do Norte, encontramos muitas menções de profetas e o título de profeta é dado até mesmo ao levita (cf. 1Cr 25,1-5). Essa é uma diferença essencial com a história narrada nos livros dos Reis, onde o levita Abiatar e com ele certamente o levitismo foi expulso de Jerusalém por Salomão (cf. 1Rs 2,26-27, passagem que o autor de Crônicas omite). Os livros das Crônicas, portanto, oferecem uma versão da história que reivindica e justifica a função do levita na liderança da comunidade judaica. Graças a ele, os ideais do êxodo e de uma sociedade igualitária permanecem vivos, à espera de uma ocasião histórica propícia que torne possível a sua concretização.

Davi e salomão também figuram como personagens central da historia narrada pelo cronista, no que tange a construção, ornamentação bem como à organização do culto no Templo de Salomão. Davi mais que Salomão, em 2º Samuel 7, Davi apenas exprimiu a intenção de construir o templo, sendo dissuadido pelo profeta Natã de realiza-lo. O Cronista mostra que Davi fez mais que simplesmente expressar a intenção. Ele projetou, com os mínimos detalhes, e ajuntou imensa quantidade de material e dinheiro para a construção e muitas preciosidade para a ornamentação, cabendo a Salomão apenas a tarefa de executar fielmente o que seu pai havia projetado. 

Davi era figura idealizada, modelo supremo dum rei justo e santo, por isso tipo do Messias esperado. Dai não admira que o cronista tenha omitido na memória tudo que possa deslustrar Davi. Ele nada conta, por exemplo, a respeito do adultério de Davi com a mulher de Urias e omite também a história da revolta de Absalão, que em 2º Samuel ocupa seis capítulos (cf. 2º Samuel 13-18). Por razão semelhante Salomão executor da construção do templo tem sua memoria o quanto possível preservada de manchas, são omitidas as intrigas e matanças ocorridas pela ascensão de Salomão ao Trono (1Rs 1-2), Assim como a decadência moral desse soberano no fim de seu reinado (1Rs 11).  A ação salvífica de Deus tem um relevo nessa historia, em ações de homens uns bons outros maus, mas num plano superior e misterioso Deus a orienta como sua providencia, que por vezes parece omitir-se e deixar as coisas correrem, mas no final sempre dá a cada um e a cada povo o que merece. 

Assim, entre os sucessores de Davi uns foram elogiados pelo que fizeram em favor do templo e do culto a Deus. Outros foram indignos do trono. os últimos reis de Judá são apresentados como maus, e por isso o povo passa pelo exílio babilônico, o qual durou cerca de meio século. A obra termina com o decreto de Ciro, rei da pérsia, o qual concede aos judeus exilados a permissão de voltar a patria e reconstruir o templo destruído pelos babilônios. Com isto começa uma nova etapa na história da salvação, como o mesmo cronista nos conta nos livros de Esdras e Neemias.

O Espírito Santo em Ação
Há duas referências claras ao Espirito Santo em 1ºCr. A primeira´está em 12.18, em que o “Espírito” entrou em Amasai e o capacitou a fazer uma declaração inspirada. E a segunda em 28.12, a qual explica que por meio do ministério do Espírito (ânimo) os planos do templo foram revelados a Davi. Já em 2º Cronicas há três referências claras ao Espirito Santo. É identificado como o “Espírito de Deus” (15.1; 24.20) e como o “Espírito do SENHOR” (20.14). Nessas referências, o ES inspirou ativamente Azarias (15.1), Jaaziel (20.14) e Zacarias (24.20) para que falassem da parte de Deus.
Além dessas referências, muitos vêem a presença do ES na dedicação do templo (5.13,14).


Objetivo e Fonte:"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.6)

Conhecer a Bíblia é muito importante para todos nós, especialmente nos momentos mais difíceis de nossas vidas, pois Deus fala conosco por meio de Sua Palavra. O Espírito Santo nos conduz, nos orienta, e quando passamos por tribulações, Ele nos faz lembrar do que está escrito na Bíblia, de uma Palavra de Deus que nos conforte. Mas só nos lembraremos se tivermos conhecimento Dela. Por isso, iniciamos a Série Curiosidades Bíblicas, com objetivo de despertar o interesse no leitor do Blog pelo conhecimento minucioso da Palavra de Deus, na Série Curiosidades Bíblicas utilizamos como base diversos materiais teológicos, dentre eles destacamos Bíblia Apostólica e Edição Pastoral alem de artigos diversos de teólogos conceituados. A Série Curiosidades Bíblicas não apresenta obrigatoriamente a nossa opinião.

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Um comentário:

  1. Deus tem me dado muita cede pela leitura bíblica, faço completa a cada 6 meses,e esse post me ajudou muito com a explicação histórica de crônicas, Abraço

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